Sinopse: No segundo volume da série Scythe, a Ceifa está mais corrompida do que nunca, e cabe a Citra e Rowan descobrir como impedir que os ceifadores que não seguem os mandamentos da instituição acabem com o futuro da humanidade.
Em um mundo perfeito em que a humanidade venceu a morte, tudo é regulado pela incorruptível Nimbo Cúmulo, uma evolução da nuvem de dados. Mas a perfeição não se aplica aos ceifadores, os humanos responsáveis por controlar o crescimento populacional. Quem é morto por eles não pode ser revivido, e seus critérios para matar parecem cada vez mais imorais. Até a chegada do ceifador Lúcifer, que promete eliminar todos os que não seguem os mandamentos da Ceifa. E como a Nimbo Cúmulo não pode interferir nas questões dos ceifadores, resta a ela observar.
Enquanto isso, Citra e Rowan também estão preocupados com o destino da Ceifa. Um ano depois de terem sido escolhidos como aprendizes, os dois acreditam que podem melhorar a instituição de maneiras diferentes. Citra pretende inspirar jovens ceifadores ao matar com compaixão e piedade, enquanto Rowan assume uma nova identidade e passa a investigar ceifadores corruptos. Mas talvez as mudanças da Ceifa dependam mais da Nimbo Cúmulo do que deles. Será que a nuvem irá quebrar suas regras e intervir, ou apenas verá seu mundo perfeito desmoronar?
Quando eu fiz a resenha de O Ceifador, no final de 2017, minha primeira frase na resenha foi “Que livrão! Vamos logo abrindo os trabalhos falando de forma clara e direta que O Ceifador é um livrão daqueles, livrão da porra, para ser mais exata!” Exagerada, confesso, mas com muita razão porque o livro de Neal Shusterman é espetacular e quando o segundo livro lançou no final de 2018, eu fiquei maluca pra ler a continuação da história de Citra e Rowan.
Pedi o livro no Amigo Secreto (e mantive ele no carrinho de compras só por desencargo) vibrei quando ganhei e agora, em abril, um mês que eu sei que tenho pouco tempo, mas o pouco tempo eu consigo ler muito, peguei esse danado para ler e descobri que errei feio com O Ceifador. Na verdade, na verdade mesmo, se tem um livrão aqui, um livrão daqueles ele se chama A Nuvem!
Pedi o livro no Amigo Secreto (e mantive ele no carrinho de compras só por desencargo) vibrei quando ganhei e agora, em abril, um mês que eu sei que tenho pouco tempo, mas o pouco tempo eu consigo ler muito, peguei esse danado para ler e descobri que errei feio com O Ceifador. Na verdade, na verdade mesmo, se tem um livrão aqui, um livrão daqueles ele se chama A Nuvem!
Para quem não lembra, essa série acontece em um futuro não tão distante assim, onde a nuvem de dados que usamos tanto nos dias de hoje (eu mesmo tenho coisas arquivadas no Dropbox, Onedrive e Gdrive) evoluiu de tal forma que ganhou consciência, e apesar de não ter uma forma física ou mesmo um ponto fixo a Nimbo Cúmulo fez a humanidade prosperar de tal forma que não existe mais pobreza, violência, doença, poluição… Mas ainda existe a morte e ela não acontece por obra da Nimbo e sim por mãos humanas, os Ceifadores são humanos treinados para matar e quem é morto por um ceifador não pode ser revivido. Um detalhe muito importante é que a Ceifa e a Nimbo não podem ter nenhum contato, e sim, a Nimbo fala, mas não com Ceifadores.
Se Faraday lhe ensinara algo, tinha sido a viver segundo as convicções de seu coração, independente das consequências. E, se Goddard lhe ensinara algo, tinha sido a não ter um coração, tirar uma vida sem qualquer remorso. As duas filosofias viviam em conflito na cabeça de Rowan, dividindo-o. Mas em silêncio.
Lá no primeiro livro conhecemos esse mundo e com mais detalhe o mundo da Ceifa quando o Ceifador Faraday escolhe treinar dois aprendizes Citra e Rowan por enxergar neles misericórdia, algo que ele acredita ser essencial para um ceifador. Mas também descobrimos que existe, dentro da Ceifa, um movimento chamado de Nova Ordem, composta por ceifadores que gostam de matar, que não aceitam viver modestamente, que acreditam que o poder da morte definitiva lhes dá o direito de ser Deus. É aqui onde vou desenhar a linha e dizer que não vou falar mais porque se eu falar mais vou te dar spoiler de O Ceifador e por consequência de A Nuvem.
A Nimbo-Cúmulo havia conseguido realizar algo único na história da humanidade: uma burocracia que de fato funcionava.
Nesse segundo livro o autor vai focar mais na Nimbo Cúmulo, vamos entender mais como pensa essa entidade, suas dúvidas em relação a humanidade, seus medos em relação a Ceifa e que, por mais que as suas leis determinam que ela deve se manter longe dos Ceifadores, ela ainda os vigia de perto e até mesmo dá alguns jeitinhos para que seus maiores medos em relação ao avanço da Nova Ordem não se realizem. E nesse assunto, temos ainda a Citra e o Rowan que estão tentando mudar a Ceifa, cada um ao seu modo, mas o conflito entre os ceifadores que gostam de matar e aqueles que entendem esse ofício como um fardo está cada vez maior e, porque não, sangrento, quando um Ceifador chamado Lúcifer decide matar definitivamente Ceifadores corruptos.
Concluí que existem apenas dois atos perfeitos. São os atos mais importantes que conheço, mas me proíbo de realizá-los e os deixo a cargo da humanidade. São o ato de criar a vida… e o de tirá-la.
É seguro dizer que A Nuvem é pouco mais denso que O Ceifador, a trama está escalando para o ponto de ebulição, onde essas vertentes da Ceifa vão acabar se enfrentando e o silêncio e isolamento da Nimbo Cúmulo está ficando um pouco perigoso demais. Quando li o primeiro livro a única coisa que me incomodou foi o fato dos personagens bons serem totalmente bons e os maus serem totalmente maus, esquece isso, as áreas cinzentas estão por toda a parte e tem personagem fazendo coisas que você é capaz de se surpreender, por isso, dessa vez esse livro virou um favorito daqueles redondos, daqueles que sou incapaz de achar um defeito!
Toda vez que testemunho um ato cruel de um ceifador corrupto, semeio nuvens em alguma parte do mundo e lamento em forma de chuva. É o mais próximo que consigo chegar de lágrimas.
Agora, se existe uma coisa que nunca me deixa de maravilhar quando eu leio essa série é a complexidade criada pelo autor. Se você ler sem atenção, pode parecer uma distopia simples, mas não se engane, o debate que esse livro traz é muito profundo. Eu me peguei várias vezes parando a leitura para analisar mais a fundo os meus sentimentos frente essa utopia criada pela Nimbo. Me indaguei diversas vezes o quão perfeito demais era esse mundo e até mesmo o quão passivo a humanidade ficou, extremamente dependente da Nimbo. Por outro lado, a Ceifa, o braço humano dessa narrativa, e a sua corrupção, coloca tudo em perspectiva de que será que a Nimbo deve intervir? Quais as consequências disso? As únicas certezas que tenho é que preciso de The Toll, terceiro e último livro dessa série que será lançado no final desse ano e que todos, absolutamente todos, precisam ler!
Um ditador presunçoso permite que seus súditos culpem aqueles menos capazes de se defender pelos males do mundo. Uma rainha altiva permite massacres em nome de Deus. Um chefe de Estado arrogante permite todas as formas de ódio desde que alimentem sua ambição. E a triste verdade é que as pessoas engolem isso. A sociedade se devora e apodrece. A permissividade é o cadáver inchado da liberdade.
Nome: A Nuvem
Série: Scythe # 2
Autor: Neal Shusterman
ISBN-13: 9788555340543
ISBN-10: 8555340543
Ano: 2018
Páginas: 496
Editora: Seguinte
Compre aqui: Amazon
Sobre o autor:
Neal Shusterman é autor de vários romances premiados, roteiros para filmes e para animações de TV. Nascido e criado no Brooklyn, em Nova York, atualmente mora no sul da Califórnia. Em 2017, O ceifador, primeiro volume da série Scythe, foi escolhido livro de honra do Michael L. Printz Award, o principal prêmio de literatura jovem adulta dos Estados Unidos.
Comentários
Postar um comentário