Sinopse: A corte do rei Henrique VIII, repleta De intrigas e traições, é palco para esse Romance histórico avassalador Um romance histórico avassalador, repleto de intriga e traição. Elizabeth Freemantle conduziu extensa pesquisa para recriar o universo da corte do rei Tudor, Henrique VIII. Katherine Parr, sexta do rei, trilha um caminho perigoso entre paixão e lealdade. Muito mais nova que seu marido, ela precisa aprender rapidamente a lidar com os perigos da corte Tudor, especialmente no que diz respeito à sua fé e ao seu verdadeiro amor. Divorciada, guilhotinada, morta, divorciada, guilhotinada. Esse é o histórico das ex-mulheres do meu noivo. Estou apaixonada por um homem que não posso ter e prestes a casar com um homem que ninguém desejaria - meu noivo é Henrique VIII, que já guilhotinou duas esposas e divorciou outras duas e assistiu uma morrer durante o parto. Como sobreviverei uma vez que me tornar a rainha da Inglaterra?
A breve opinião de uma mente em choque:
Um pouco difícil saber por onde começar, pois não é tão
frequente um livro pequeno ter tanto conteúdo e tão bem explicado em poucas
páginas. Sou suspeita para falar, pois a história da Europa, de uma forma
geral, é bastante presente na minha linha de gostos, de forma que esse, em
específico, conseguiu juntar o final do reinado de Henrique VIII – período pelo
qual sou apaixonada – com a forma de texto que mais me agrada: a prosa.
Não foi exatamente no começo do livro que percebi que era
uma narrativa baseada em fatos reais – na verdade, foi somente no final –, mas,
ainda assim, no decorrer de toda a leitura, a sensação é de que realmente está
vivendo a corte do mais expressivo rei da Inglaterra, percebendo toda a
podridão e realidade que existia naquele período da história, tanto no âmbito
político-social, quanto da própria vivência do ser humano no dia a dia.
O livro fala sobre a última rainha de Henrique VIII,
Katherine Parr, a qual era uma mulher, que, de muitas formas, chamava atenção
na corte, tanto por sua inteligência, como por ter enterrado três maridos, sem
gerar filho algum. Com o falecimento de seu último marido, Katherine retorna à
corte inglesa – por solicitação de sua família, que, como todas as outras, tem
a necessidade do “alpinismo social” –, tornando à convivência com todo um
contexto que sempre havia detestado: a ganância, inveja e intrigas.
A questão toda é que Katherine sempre teve a simpatia do
Rei Henrique VIII, desde o casamento com seu último falecido marido, que tinha ligação
direta com o rei da Inglaterra. Com o retorno àquele ambiente, a personagem
torna à convivência das criaturas mesquinhas e fofoqueiras, assim como aos
olhos do rei e aos, daquele por quem começa a criar certo afeto: o primo de
Henrique VIII. Talvez não tenha sido a escolha mais brilhante de seu coração...
Quer dizer: “Minha filha, escolhe outro menos chamativo,
mais pobre”, mas nããããão! Ela escolhe logo o PRIMO do rei!
Mas, enfim, né, Deus sabe o que faz... o.o’
Então, nessa situação, Katherine é coagida a se casar com
o rei e, obviamente, afastada daquele que ama. [Gente, isso não é spoiler! Está
na sinopse e no nome do livro! XD “Xeque-mate da rainha”! Ela é rainha, virou
rainha, beijos para o amado! Hahaha.]
Ao longo das páginas – mesmo sem saber da realidade que
nelas contêm – podemos nos sentir dentro da história, vivendo aquele momento.
Não é toda a beleza que acreditamos existir nesse período
– vestidos, beleza, jóias e a divertida intriga entre as mulheres e homens –,
mas, sim, um universo podre de maldade entre as pessoas, onde a ascensão social
está acima de qualquer coisa, inclusive da própria honra e família.
Não é apenas uma colocação social muito bem feita, mas,
sim, os detalhes sobre a época foram tão ricos, que você se sente percebendo o
desconforto, que poderiam passar aquelas pessoas. Não era, simplesmente, uma ambientação,
mas, sim, toda uma contextualização do que era aquela vida, desde a forma como
se vestiam e falavam as pessoas, até a retirada diária de piolhos e dispensa de
fezes, que as empregadas faziam.
“Aaaai, que nojento!”
Nojento, sim, mas necessário! Achei perfeito, que alguém
tenha verdadeiramente se preocupado com a realidade daquele período, que não
tivesse mantido a descrição, apenas, de um ambiente belo e intrigueiro por
baixo das saias. Claro que a graça toda da leitura é a trama, a forma como se
desenvolvem, mas toda a contextualização é necessária. Aos meus olhos, não se
pode ignorar a realidade pela qual aquela gente vivia, todas as dificuldades de
locomoção e vivência.
Temos muito a impressão de toda uma graça das eras
Medieval e Moderna, com toda uma beleza, cavalheirismo, poder e amores
proibidos, mas não era bem assim. Na realidade, não era nada assim.
Esse livro mostra como tudo era muito difícil: cheio de
temores pela própria vida – caso fizesse algo de errado ou aparentassem algo de
errado –, o conflito entre irmãos por postos maiores e aproximação com a corte
real, o machismo mais do que claro – no qual as mulheres eram tratadas como
gado e mercadoria, servindo, apenas, para serem expostas como damas mudas –, as,
anteriormente citadas, dificuldades de higiene – o que, obviamente, poderia
levar aquele povo à morte, já que simples comportamentos que temos hoje impedem
graves infecções; a morte era muito fácil; uma febre era algo desesperador para
alguém.
Não somente essas coisas – oh, pequenas coisas! – foram muito
bem colocadas, como a descrição do próprio Henrique VIII.
Para aqueles que não sabem, que gostam muito de assistir
filmes e séries de época como “The Tudors”, “A outra”, etc, podem tirar o cavalinho
da chuva, pois o rei não era nada daquela beleza toda retratada pelas câmeras.
Hahaha. Nunca foi, na verdade.
Para aqueles que gostam e tem certo conhecimento sobre
essa parte especifica da História, Henrique VIII era um homem obeso, sem higiene
alguma, doente – devido às úlceras nas pernas, provocadas por sua falta de
higiene e peso –, com o temperamento extremamente maleável e perigoso. Perigoso,
sim, pois já havia enterrado cinco mulheres.
Katherine Parr foi sua sexta esposa e, apesar de ter sido
escolhida por ele por sua inteligência, a forma como falava e sua destreza com
as palavras, tinha plena consciência de que contrariar o regente, aquele em
especifico, não seria muito esperto de sua parte. Uma criatura brilhante, que,
obviamente, ele tinha necessidade de possuir e, por consequência, “objetificar”.
Jamais se contestava o rei da Inglaterra, por medo de que, assim como outras
duas, pudesse perder sua cabeça.
O trajeto curto descrito de Katherine Parr ao lado de
Henrique VIII deixa bastante claro como era a vida de uma rainha, seu mutismo
aparente, a aceitação imposta do comportamento diário, relações sexuais
desagradáveis e as armações que tinha de realizar por debaixo dos panos para
conseguir ter um mínimo de realização.
A vontade que eu tenho é de sair falando loucamente sobre
tudo o que acontece nesse livro, porque é simplesmente fantástica a forma como
os personagens são posicionados, a forma como a história foi montada dentro da
realidade. Quase todos os personagens existiram de verdade – com exceção de um –
e, em momento algum, existe alguma confusão fora de contexto entre eles. Tudo é
muito bem casado, bem posicionado, trabalhado no que verdadeiramente aconteceu,
juntamente com o toque maravilhoso de uma história fictícia. Ainda que não haja
ficção em tais fatos, o posicionamento de um livro sempre tem um toque da alma
do autor.
É maravilhoso e me senti ali, ao lado daquelas pessoas;
rindo, chorando, sentindo raiva; todos os sentimentos possíveis, que podem
levar alguém à emoção de uma trama.
Houve, porém, algo que não me deixou muito entusiasmada
no começo, que me fez desacelerar um pouco a leitura: a escrita.
Não é mal descrito, exatamente, mas houve, em diversas situações,
uma certa dificuldade em manter o tempo verbal. Por vezes se descrevia no
presente, por vezes no passado, e tudo em um mesmo parágrafo. Também me incomodavam
frases muito longas, com vírgulas em excesso e, por vezes, descrições muito
cruas, que pareciam receitas de bolo de laranja.
Durante alguns dias, fiquei realmente incomodada e com
dificuldade em manter a leitura; depois, fiquei me perguntando se a escrita, de
fato, tem a ver com a autora ou com a tradução do texto. Não é exatamente fácil
responder a essa pergunta, até porque não duvido nada de que a tradução não tenha
sido das melhores [já vimos cada uma, não?]
Assim considerando, acabei deixando de lado esse pequeno
incômodo e dei continuidade à minha leitura, que, de forma alguma, foi uma
perda e extremamente prazerosa.
Considerando que é uma história real e não um conto de
fadas, o final é, simplesmente, revelador. Não acreditei no que aconteceu,
sinceramente!
POR FAVOR, LEIAM!
Leiam, porque não acreditei no que aconteceu nas últimas
páginas. O choque foi tão grande, que fiquei letárgica por alguns dias após o
término do livro. Questionei a vida, o mundo e tudo o mais. Hahaha.
Sabem daqueles livros, que, apesar de fabulosos, quando
terminam, fazem com que você se sinta mal, sofrido, pensando sobre a sua própria
vida e o que vem pela frente?
Esse foi um deles.
Foi mesmo.
Com toda a certeza, irá para a minha prateleira de
amores. <3
... Só estou procurando, ainda, o xeque-mate da rainha, mas tudo bem! XD
Título: Xeque-mate da rainha
Autor: Elizabeth Fremantle
ISBN-13: 9788584390038
ISBN-10: 8584390030
Ano: 2016
Páginas: 328
Editora: Paralela
Classificação:
Sobre a autora:
Quis ser escritora desde criança, depois de vários outros empregos e também em revistas de moda, como Vogue, Elle e The Sunday, casou-se e foi para Paris, trabalhando na Vogue francesa. Após o divórcio retornou para Londres, onde permaneceu e passou a trabalhar como escritora.
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