Sinopse: A vida como ela é... dispensa maiores apresentações. Já nos anos 1950, quando estrearam, essas histórias de ciúme, obsessão, dilemas morais, inveja, desejos desgovernados, adultério e morte atraíram os leitores, tornando-se um grande sucesso. De lá para cá, a popularidade dos contos de Nelson Rodrigues só fez aumentar com as inúmeras adaptações que sofreram, passando das páginas do jornal a programa de rádio, fotonovela, filme, peça de teatro e até série de televisão. Tamanho era o sucesso da coluna que, em 1961, o próprio autor fez uma seleção de cem contos para publicar em livro, incluindo ali narrativas que ficaram célebres, como A dama do lotação e A coroa de orquídeas, entre outras.
Agora, nesta nova reunião, comemorativa do seu centenário, tentamos escolher textos tão expressivos e representativos de A vida como ela é... quanto os da primeira coletânea. E todos inéditos em livro. Aqui o leitor terá oportunidade de conhecer cem outros contos, que garimpamos nos dez anos de publicação da coluna no periódico Última Hora, inclusive o primeiro da série: O homem do cemitério. A natureza dessas histórias é visceral, elas partem do comezinho, mas se amplificam num humano profundo, oscilando entre o desespero e a graça todas com a sutileza e a inteligência de um grande escritor e, sobretudo, comunicador. Leitura imperdível. Batata!
Talvez essa postagem não seja tão fácil quanto eu pensei que fosse ser, porque é complicado falar de Nelson Rodrigues em poucas palavras.
Eu vou começar falando que lá no passado, com meus 16 anos (e eu tenho 30 anos agora), eu tive um excelente professor de literatura que trabalhou conosco autores que fugiam do tradicional e quando ele fez isso eu descobri dois autores nacionais que passei a admirar muito o trabalho, Rubens Fonseca e Nelson Rodrigues. É bem verdade que passei anos sem ler esses dois autores geniais que me ganharam por seus textos ácidos, reais, viscerais e perturbadores de certa forma. Com o passar do tempo fui virando mais uma garota de romances e livros policiais do que esses nomes da nossa literatura, sendo ainda mais sincera, demorei para voltar a ler brasileiros, então, voltar a ele foi uma grata surpresa.
Para quem não sabe, os textos apresentados em A Vida como ela é… foram escritos na década de 50/60 para o jornal carioca Última Hora e depois de um tempo para o jornal Diário da Noite, por isso eles são mais curtos, afinal, quem leria uma crônica de 180.000 caracteres em um jornal? Suas crônicas são sobre o cotidiano, mas carregado em ácido. Suas pinceladas são sempre mais fortes, mais intensas. Para Nelson não bastava falar de traição, mentiras, sexo, ciúmes e tantos outros temas tabus tão hoje quanto há 60 anos. Ele mostrava a cara mais crua desses sentimentos, usando muito humor negro para pontuar seus micro enredos, sem deixa de notar uma crítica a sociedade.
E vamos lembrar que estamos falando de uma sociedade de muito tempo, uma sociedade machista, onde o homem quer a esposa muda no sexo, pois a falante ele tem na amante...mas espera aí...isso poderia ser aplicado no dia de hoje! E por isso que esse livro é um daqueles achados que vou ter que agradecer a Aliança por muito tempo. Como eu falei no começo, faz tempo que não leio Nelson Rodrigues e esse livro de 100 contos foi um ponto de partida excelente, assim como para quem quer começar a ler esse autor tão emblemático da nossa literatura.
Todos devem ler esse autor ao menos uma vez na vida! Essa é a verdade, todos precisam conhecer a sua escrita crua e um livro de contos é um ótimo ponto de partida. Procurem esse livro, vale a pena!
Nome: A Vida como ela é… em 100 inéditos
Autora: Nelson Rodrigues
ISBN: 9788520933008
ISBN-10: 8520933009
Ano: 2012
Páginas: 343
Editora: Nova Fronteira
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Sobre o autor:
Foi um jornalista e escritor brasileiro. Grande nome da literatura brasileira, consagrou-se especialmente através de seus contos e peças teatrais. Colunista de sucesso em sua época, também destacou-se nas crônicas esportivas, folhetins e romances, estes últimos, sob pseudônimos de Myrna e Suzana Flag. Foi o mais revolucionário personagem do teatro brasileiro, abrindo as portas à moderna dramaturgia no país.
Trabalhou nos grandes jornais do Rio de Janeiro. Percorreu, contudo, um árduo itinerário, marcado pelas tragédias familiares e pela crítica equivocada da época, vinda tanto de militantes políticos comunistas como conservadores. Iniciou sua carreira jornalística em 29 de dezembro de 1925, como repórter de polícia no jornal de seu pai, tendo apenas treze anos e meio.
Olá Tali!!!
ResponderExcluirAmei a resenha!!!
Me lembro de assistir a adaptação de "A vida como ela é" na globo e lembro, q achava nos episódios, um pouco da sua opinião, tipo "humor negro","ácido"... Mas vou confessar, q não tinha muita maturidade pra compreender...acho q agora ("mais madura" kkkkkkk),vou ter outra percepção e com certeza, vai ser melhor lendo, do q em adaptação...esse vai pra lista ;-)
Bjs :-*