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:: Resenha 241 :: "Amante Sombrio", J.R. Ward




Sinopse: Nas sombras da noite, em Caldwell, Nova York, desenrola-se uma sórdida e cruel guerra, entre vampiros e seus carrascos. Há uma irmandade secreta, sem igual, formada por seis vampiros defensores de sua raça. Ainda assim, nenhum deles deseja a aniquilação de seus inimigos mais que Wrath, o líder da Irmandade da Adaga Negra. Wrath é o vampiro de raça mais pura dentre os que povoam a terra e possui uma dívida pendente com os assassinos de seus pais. Ao perder um de seus mais fiéis guerreiros, que deixou órfã uma jovem mestiça, ignorante de sua herança e destino, não lhe resta outra saída senão levar a bela garota para o mundo dos não mortos. 
Traída pela debilidade de seu corpo, Beth Randall se vê impotente em tentar resistir aos avanços desse desconhecido, incrivelmente atraente, que a visita todas as noites envolto em sombras. As histórias dele sobre a Irmandade a aterrorizam e fascinam. Seu simples toque faísca, um fogo que pode acabar consumindo a ambos.






A breve opinião de uma mente sombria:

Hoje é SEXTA-FEIRA TREZE!! <3
Não poderia ser diferente de ter uma resenha sobre um livro de vampiro, apesar de que de terror nada tem!

Essa, pode-se dizer, é uma série que tem um grande valor sentimental e é com muito prazer que faço a resenha do primeiro livro!
Talvez não tenha começado muito com o pé direito, mas, com toda a certeza, se tornou um dos meus livros favoritos de toda a série por diversos motivos, sendo um deles o fato de me identificar [até demais] com o personagem principal!
Por que não comecei com o pé direito? Hoje é uma pergunta difícil de se responder, pelo simples fato de que as primeiras páginas empacaram um pouco comigo; o motivo pelo qual isso aconteceu, não sei responder exatamente, mas acho que não me havia despertado tanto interesse de início. Parecia um pouco mais lento, pouco expressivo, mas, com toda a sinceridade, sendo alguém que sempre persevera em suas leituras, não seria um começo não tão emocionante que me impediria de ler!
Por fim, acho que pode ter sido apenas uma impressão; isso lá importa? O que importa realmente é o que passou a representar para mim, a forma como esses livros me tocaram. Isso foi algo muito interessante, pois, honestamente, nunca imaginei que fosse ter algum outro interesse por vampiros que não fossem da Anne Rice ou da era clássica. Os clássicos realmente são os que mais me fascinam e encontrar uma forma diferente de interpretação, que, de fato, me arrancasse um sorriso, foi algo totalmente novo e prazeroso!

Ainda que o conjunto da escrita não seja exatamente do jeito que mais me agrada, podemos colocar sob perspectiva, que J.R. Ward escreve essa série de livros com base em um pensamento masculino, extremamente machista e displicente, como fariam, de fato, criaturas que pouco se importam com o decoro e não têm necessidade alguma disso. O objetivo do livro, aos meus olhos, é deixar bastante claro como vivem aquelas criaturas, que não somente têm o seu estilo de vida como, igualmente, vivem sob uma ordem aristocrática e absurda, na qual todos nós vivemos. Então, não seriam somente os humanos, nós, que temos de seguir regras, viver sob ordens, lidar com coisas muito maiores do que a própria vontade, mas eles também, que, muitas vezes, se submetem ao que uma sociedade aristocrática deseja deles, ainda que muito disso seja completamente alienado.

Nesse primeiro livro, a autora começa a embasar sobre o que realmente se trata a existência desses vampiros, que, na realidade, não são transformados vampiros; eles NASCEM vampiros. Os vampiros, nesse caso, são criaturas a parte, são uma espécie alienígena, por assim dizer, que, por acaso, vieram parar e se desenvolver na Terra. Isso foi algo que muito me agradou pela forma como ela especificou, pois, de alguma forma, acabou separando-os completamente dos humanos. É algo a parte, que não tem a ver com a humanidade em essência, ainda que tentem conviver com eles. Nessa história, os humanos não passam de meros coadjuvantes, que possuem um sangue pobre em nutrientes; o verdadeiro poder de sangue vem deles mesmos! Ainda que possam se alimentar de humanos, alimentos comuns, apenas como um capricho, o grande ponto de sua força vem de sua própria espécie, em especial daqueles que criam um real vínculo afetivo.
Nesse quesito, em geral, eu não sou a pessoa mais gentil para falar sobre. Até poderia dizer aqui que o livro gira em torno de um romance, mas não é bem assim; ao menos não essa série. Sim, o conflito romântico é algo muito visado na série Irmandade da Adaga Negra, porém, ainda assim, todo o contexto de sociedade e necessidades que os personagens têm para com elas, não é deixado de lado. As coisas se encaixam de forma coerente, de maneira que o leitor se permite viver a ansiedade por saber o que vai acontecer no romance, assim como o fim que terá o conflito dos personagens para com eles mesmos, àqueles ao seu redor e suas exigências para com o meio que vivem.

Da mesma forma que seres humanos, os vampiros, como anteriormente dito, vivem em sociedade com suas camadas baixas, sua elite, postos, ordens e aqueles que regem o cuidado para com eles. Nossa história gira em torno essencialmente dos vampiros guerreiros, que existem para proteger as camadas mais simples e a aristocracia daqueles que atentam contra os vampiros. Assim como estes, essa também é uma sociedade não reconhecida por humanos, na qual seu objetivo principal e único é dar a sua existência a um único soberano, Ômega, que deseja a destruição da espécie. Os redutores, estes que têm por objetivo acabar com os vampiros, são criaturas mortas, que, muitas vezes, atacam os vampiros em massa. Confesso que essa não foi a melhor sacada do livro [da série], que, sinceramente, tem muitas lacunas soltas, muitas vezes me parece um jogo infantil e chato, até, de se ler, porém, apesar disso, é algo que move o contexto desses personagens e, podem ter certeza, causam estragos até demais.

Em “Amante Sombrio”, abrindo alas, começamos toda a saga com o primeiro grande conflito da sociedade vampírica: a ausência de um rei. A questão toda é que um dos dois personagens principais do livro, Wrath, descendente da primeira linhagem de vampiros, aquele que deve assumir o trono, recusa-se terminantemente a fazê-lo. Para se tornar rei, Wrath tem de deixar de ser quem é: um guerreiro. Esse é o ponto principal de sua recusa, pois se colocarmos sob foco um personagem agressivo, que conhece, apenas, guerra, tristeza, sofrimento e sabe somente lidar com o cuidado que tem para com sua espécie e consigo mesmo, podemos ver que o papel de rei em nada se encaixa na sua personalidade.
Esse é o grande e verdadeiro conflito do primeiro livro, no qual o personagem se vê preso na grande decisão de deixar de fazer justiça com as próprias mãos e se tornar um governante que, de fato, a espécie carece, ou manter o padrão de suas atitudes e ver sua espécie deixar de existir, apesar de seus esforços físicos.
Então, o que seria a sua dificuldade em tomar uma decisão? Orgulho?
Isso é algo a se pensar e que é trabalhado ao longo do livro, conforme se desenvolve a história atual e pregressa do personagem: o motivo pelo qual é assim, o porquê de sua agressividade e pouca tolerância; tudo isso torna a trama mais interessante, quando surge a segunda, e não menos importante, personagem principal do livro: Elizabeth Randall.

Elizabeth Randall poderia ser considerada uma criatura normal, uma simples humana, porém ela é o encontro da espécie humana com a espécie vampiresca.
Apesar de toda a sua diferenciação, os humanos e vampiros podem se relacionar um com o outro. Os vampiros, nessa série, são colocados como uma espécie à parte, viva, o que não quer dizer que impossibilite completamente relacionamentos e reproduções, e foi exatamente o que aconteceu. Elizabeth Randall é filha do relacionamento entre uma humana e um antigo vampiro, Darius, que da mesma maneira que Wrath, é um guerreiro. Após sua morte, forjada por redutores, Wrath, devido a sua proximidade com Darius, sente-se compelido a proteger Elizabeth, ainda que nada sobre seu pai, vampiros ou qualquer coisa que se associasse, soubesse.

O início da aproximação é algo interessante, considerando que os dois com personalidades fortes não se encaixavam. O que era para se tornar uma relação distante, apenas de uma gentileza que Wrath tinha para com Darius, tornou-se algo muito maior tanto para um, quanto para outro.
Nesse ponto o livro é bem estruturado, pois não somente o relacionamento deles é trabalhado, como seus conflitos e questões que estão muito além do que tem um com o outro. Aos meus olhos, essa é a graça dos livros dessa série, porque, independente da trama amorosa ter um papel importante, não é a questão central que rege todo o contexto.

J. R. Ward é uma autora, que, ao longo do tempo, conseguiu me cativar muito bem, pois ela consegue separar objetivos em seus livros. Ela tem uma finalidade com a Irmandade da Adaga Negra e tem outros com suas outras séries. É uma autora versátil, que consegue separar públicos e direcionar com muita clareza qual a sua intenção para cada história.
Na Irmandade da Adaga Negra posso dizer que há lacunas que deveriam ser preenchidas, melhor trabalhadas, pontos que não deveriam, mas foram esquecidos; ainda assim, talvez, tenha se tornado uma escrita mais leve, ainda que com um conteúdo bastante interessante no que diz respeito aos seus personagens.
Cada um daqueles que compõe a história se mostra de uma maneira completamente distinta, com reações distintas, gostos distintos, que nada se assemelham um ao outro. ISSO faz diferença!
Independente de haver ou não alguma espécime de clichê romântico vindo dessas histórias, suas lacunas perdidas, todos os personagens são expressados de uma maneira diferenciada, todos montam as suas histórias completamente diferentes um do outro. Isso é muito legal de se ver, porque o normal é vermos séries e mais séries de livros extremamente cansativos, nos quais não conseguimos diferenciar um personagem do outro.

Apesar de muitos livros, J.R. Ward conseguiu distinguir muito bem as suas personalidades e posso dizer, com todas as letras, que esse primeiro livro foi o que mais me cativou pela forma como são e reagem os personagens.
Foi uma grande abertura, definitivamente!
Eu poderia passar dias e dias discursando sobre Wrath e Elizabeth Randall, mas isso não só ofereceria diversos spoilers, como entraria em um quesito que não cabe muito aqui. Algumas pessoas sabem muito bem o que esses personagens, especialmente Wrath, significam para mim, mas isso é pano demais para manga; deixemos de lado! Hahaha! XD


Título: Amante Sombrio
Autor: J.R. Ward
ISBN-13: 9788579300820
ISBN-10: 8579300827
Ano: 2009
Páginas: 448
Editora: Universo dos Livros
Compre aqui: Livraria Cultura | Saraiva
Classificação:



Sobre a autora:


J. R. Ward vive no Sul dos Estados Unidos com o seu marido incrivelmente generoso e o seu amado golden retriever. Depois de se ter formado em Direito, começou a sua vida profissional na área da saúde, em Boston, tendo passado muitos anos como chefe de equipe de um dos centros clínicos do país. A escrita foi sempre a sua paixão, e a sua ideia de Céu é um dia inteiro com mais nada além do seu computador, o seu cão, e a caneca de café.

Comentários

  1. Algumas amigas já tentaram me fazer ler esse livro, confesso que não faz meu gênero. Acho interessante a premissa mas não me atrai mais como antigamente. Mas gostei de ver suas considerações sobre ele.

    Beijos.

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  2. Oi Bell!
    Confesso que não tenho vontade de ler essa série não. Além de longa, trás mais sobre vampiros, e acho que minha fase sobre essas criaturas, já passou. Mas fico feliz que tenha sido uma leitura tão gostosa. Já tinha visto outras resenhas mencionando a escrita envolvente da autora. É legal não ficar batido as coisas já que a série é tão longa.

    Abraços
    David
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com.br/

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  3. Olá,

    Esse livro teve um modo maravilhoso de apresentar esse universo aos leitores, eu fiquei encantada desde a primeira página, já tive a oportunidade de ler boa parte dessa série e já aviso que só melhora <3
    Espero que possa ter a oportunidade de ler os outros livros dessa série, pois é muito amor!

    Beijos,
    entreoculoselivros.blogspot.com.br/

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  4. Olá,
    Tenho a série na minha estante só esperando a oportunidade certa (tempo para ler tantos volumes grandes) aparecer.
    A premissa me chama muito a atenção e quero saber mais sobre os relacionamentos entre humanos e vampiros. Sou apaixonada por livros do gênero e adorei saber suas impressões, ainda mais pelo fato de o livro ser especial para você.

    http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/

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  5. Olá, eu tenho dificuldades com livros com personagens sobrenaturais, mas estou lendo a IAN bem devagarzinho. Toda a ambientação, a hierarquia ajuda a enriquecer e transformar os personagens ao longo da jornada. Espero que você também continue e se divirta com os outros irmãos. Abraços!

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  6. Olá, tudo bem? Tem um tempinho que eu li Amante Sombrio e desde esse dia sou DOIDA para ler a série. De fato, como você falo, a autora consegue definir seu objetivo e a IAN é muito mais que um erótico ou romance ou vampiros. Estou animada para ler o resto. Adorei!
    Beijos,
    diariasleituras.blogspot.com

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  7. OI!!! Eu amo essa série, mas o Wrath não é o meu protagonista preferido da irmandade, o meu é o Z <3!!
    Enfim, Ward consegue cativar a todos com usa escrita, amo a forma como ela consegue dá um toque hot, com uma pitada de sobrenatural e lógico em um mundo único. Beijos!!!

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  8. Olá! Não sou muito fã de livros desse gênero, já vi alguns comentários desse livro e confesso que não me senti nenhum pouco atraída. Conheço uma amiga que gosta muito de livros assim, vou indicar pra ela :)

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  9. Olá! Não sou muito fã de livros desse gênero, já vi alguns comentários desse livro e confesso que não me senti nenhum pouco atraída. Conheço uma amiga que gosta muito de livros assim, vou indicar pra ela :)

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  10. Oii, tudo bem?
    Eu me lembro que já comecei a ler essa série e adorei S2 mas acho que parei no quarto livro, não me recordo o motivo. Mas eu adorei a sua resenha, ela me fez ter vontade de reler os que já li e continuar a série.

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