Pular para o conteúdo principal

:: Resenha 207 :: "Uma Canção de Ninar", Sarah Dessen


Sinopse: Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor. Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor. 


Sarah Dessen foi sem sombra de dúvidas o grande nome do meu ano de 2015. O seu livro Os Bons Segredos foi um arraso no meu coração. Existe uma Talita leitora pré e pós esse livro, e isso não é exagero. Se antes eu não via com grande empolgação os romances do gênero YA (Jovem Adulto) por uma questão de idade e até mesmo aquela dúvida boba do tipo "como eu, com meus 28/29 anos vou me relacionar com uma personagem de 18/19 anos?". Então, veio Sidney e sua percepção de ser invisível e pronto, vários outros livros depois, incluindo outros YA, e eu fiquei encantada com o gênero. Levei a Sarah ao posto de uma das minhas autoras favoritas (porque elas são várias!). Quando veio a chance de ler o outro lançamento dela, Uma Canção de Ninar, quase um ano depois de Os Bons Segredos, eu não perdi tempo e quando ele chegou, corri com as leituras em andamento para ler. No fim, gostei, mas não amei…

Esta canção de ninar  // Tem poucas palavras  // Apenas alguns acordes  //  Neste quarto vazio  // Mas você pode ouvir e ouvir  // Aonde quer que vá  // Vou te decepcionar  // Mas esta canção vai continuar a tocar...

Uma Canção de Ninar conta a história de Remy. E só da Remy. Parece estranho em um livro que é um romance, conhecermos tão profundamente apenas um personagem, mas é o que acontece nesse livro. Existe o romance dela com o Dexter, mas a gente descobre muito pouco dele. Eu vou explicar tudo, então deixa eu ir com calma e rebobinar (sou dessa época!) um pouco essa resenha.

Uma Canção de Ninar conta a história de Remy, uma jovem com seus 18 anos que decidiu que não acredita mais no amor, que no começo do livro está organizando o 5º casamento da mãe e que nunca conheceu o pai. Ela só sabe que ele era músico, meio hippie (guarda essa informação) e que gravou uma música para ela, chamada "Canção de Ninar" e foi o único sucesso dele. Música essa que ela odeia, mas secretamente escuta quando está deprimida.

Meu pai ter me deixado como legado a expectativa de que os homens me decepcionariam não significava que eu deveria aceitar aquilo. Ou carregar a lembrança para o outro lado do país. 

Remy é extremamente cínica e irônica. Ela mesma se define como fria, vaca, e mesmo eu sendo a mais compreensiva das criaturas, achei difícil de aturar a Remy! Tudo bem, ela já aguentou a mãe se casando e se tornando uma pessoa diferente a cada casamento por cinco vezes, a tal música que o pai dela faz tem poucos versos e termina dizendo que ele sabe que vai decepcionar ela e ela passou por uma fase pesada há alguns anos. Então, é óbvio! A Remy não acreditar no amor eu entendi, o problema era que a Remy soava como uma mulher de 40 anos que já sofreu horrores na mão de mil relacionamentos falidos e quando ela ficava junto das suas amigas o clima do livro parecia um "Sex and The City", com personagens mais novas, mas com os mesmos dramas do seriado!

Passei os últimos dois anos com um único objetivo: sair. Ir embora. Conseguir as notas que precisava para finalmente viver um vida só minha. Sem organizar casamentos. Sem romances conturbados. Sem uma sequência de padrastos. Apenas eu e meu futuro, finalmente juntos. Agora eu conseguia acreditar num final feliz.

Voltando a história. Remy, aquela que não acredita no amor, conhece Dexter, jovem desorganizado, otimista, dono de um cachorro chamado Macaco, de bem com a vida e que já teve mais padrastos do que ela (e isso é uma marca incrível) e o pior, músico. Claro que Remy não quer saber dele, mas depois de vários encontros e esbarrões, literalmente falando, eles ficam próximos, engatam uma relação, mas o eterno cinismo da Remy vai ser sempre presente na cabeça dela, e isso não é um spoiler. Lendo poucas linhas do livro você sabe disso, Remy não se permite envolver. Às vezes tive a impressão que nem com as amigas ela estava realmente envolvida. Ela andava com elas, bebia com elas, conversava, mas eu não senti por parte da Remy, que existia mais ali. Justamente porque ela não se permite sentir. A questão fica sendo como e quando ela vai deixar finalmente alguém entrar! E esse foi o meu problema com Uma canção de Ninar. A Remy com seus 18 anos e sua frieza glacial consegue ser mais madura que eu e meus 29 anos!

Eu não demonstrava fraqueza. Não confiava em ninguém. Se ele tivesse feito como os outros e simplesmente me deixasse ir embora, eu teria ficado bem. Era fácil optar pelo esquecimento conveniente enquanto mantinha meu coração bem fechado, em um lugar onde ninguém pudesse entrar. 

Outro ponto importante desse livro é a questão tempo. Uma Canção de Ninar é de 2002, ou seja, entre esse livro e o mais recente dela, que é, justamente Os bons Segredos, existe uma diferença de 13 anos. Ele foi o 5º livro que a Sarah escreveu na sua carreira (hoje ela tem 13 livros publicados e está trabalhando no 14º projeto), por isso esqueçam celular, essa coisa não existe aqui e muito menos mp3. Remy escuta a música do pai em um discman (quem não teve um desses e tem a minha idade, não sabe o que é ser feliz!) e de certa forma isso deu um charme a história. Eu adorei esses detalhes!

E tudo se resumia a amor, ou a falta dele. Tudo o que arriscamos, sem sabe muito bem, ao nos apaixonarmos ou nos afastarmos e nos fecharmos, protegendo nosso coração com toda a força.

Então, Tali, foi um livro ruim? Sabe que não?! Foi um ótimo livro, a escrita da Sarah salva até mesmo a minha antipatia com a Remy, algumas autoras têm o dom de contar histórias e a Sarah é uma dessas. Mesmo a frieza da Remy me incomodando, eu li a história o tempo todo torcendo para algo acontecer e fazer essa cabeça dura cair na real. No fim, eu vou dizer que a Remy mudou não por amor, não por acreditar magicamente no amor, mas ela percebeu algo sobre si mesma. Talvez Uma Canção de Ninar seja um romance não entre a Remy e o Dexter, mas entre a Remy e… a Remy! É um livro sobre amar a si mesmo, e livros assim são únicos e importantes para muitas meninas com mais ou menos a idade da Remy. Gostei, gostei muito desse livro, queria amar, mas já aceitei que o meu amor vai ser sempre de Os Bons Segredos!

Título: Uma Canção de Ninar
Autor: Sarah Dessen
ISBN-13: 9788555340116
ISBN-10: 855534011X
Ano: 2016
Páginas: 352 
Compre aqui: Saraiva
Classificação: 

Sobre a autora:


Sarah Dessen nasceu em Evanston, Illinois, em 06 de junho de 1970. Ela se mudou com sua família para Virgínia Ocidental, e em seguida, na Carolina do Norte, onde agora reside com o marido, a filha Sasha Clementine, e cães. Dois de seus romances, That Summer e Someone Like You, foram a base para How to Deal, um filme de 2003 estrelado por Mandy Moore.

Comentários

  1. Oi. Estava louca por esse livro desde que li Os bons segredos. Então quando veio a Bienal, não pude deixar de comprar. Acho que vou ler mês que vem. Vamos ver qual será minha opinião a respeito dele.

    ResponderExcluir
  2. Olá!!

    Eu ficava no mesmo impasse que você com os YAs, mas hoje já leio mais e alguns me ganham como foi para você com Os bons segredos.
    Eu ainda não li nada da autora mas estou doida, sempre vejo boas críticas e agora com a sua fiquei muito curiosa não só por esse como com Os bons segredos. Parece ser maravilhoso. Vou ler.

    bjs
    Fernanda
    http://pacoteliterario.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  3. Olá,
    Ainda não tive a oportunidade de ter contato com a escrita da autora, mas tenho ouvido maravilhas e a cada resenha que confiro desse livro, me dá mais vontade de lê-lo.
    Acredito que a frieza da Remy também iria me incomodar um pouco, mas acho que seria uma excelente leitura.

    http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  4. Olá!
    Li Os bons segredos recentemente e gostei muito da obra e da escrita da autora.
    Estou com Uma canção de ninar aqui e será uma das minhas próximas leituras. Pela sua resenha, posso imaginar que o jeito de Remy provavelmente irá me incomodar, mas acredito que se for bem escrito e a história for cativante, a leitura tem tudo para me agradar.
    Beijos.

    Li
    literalizandosonhos.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  5. Meu problema com YA nem é a questão da minha idade, mas o fatode que é sempre tão mais do mesmo que estou cansada. Por essa razão não li Os Bons Segredos e por mais q sua resenha esteja ótima, eu ainda tô passando os livros dessa autora.

    Raíssa Nantes

    ResponderExcluir
  6. Eu sou bem eclético quanto a gêneros literários, mas é preciso que o autor me faça acreditar na estória. Muitas vezes adoro a leitura e não gosto da personagem principal, mas isso é apenas um detalhe para mim; assim como os finais que aprendi a absorver. Então, acredito, que vc fez como eu, se adaptou bem, tanto que gostou no final rsrs Muito boa dica.

    *☆* Atraentemente *☆*

    ResponderExcluir
  7. Oi, Talita, tudo bem?
    Até hoje eu só li um livro da Sarah Dessen´, "Just Listen", e achei incrível. Com certeza não deve ser fácil aguentar a Remy, já fiquei irritada só com essa resenha rs.
    Porém, se me lembro bem da escrita da Sarah e do modo como ela ensina uma coisinha ou otra sem que a gente nem se dê conta, acho que vou gostar desse livro também.

    Parabéns pela resenha!

    Beijos,
    Amanda
    http://www.confissoesfemininas.com/

    ResponderExcluir
  8. Olá,

    Nunca li nada da Sarah Dessen, mas desejo é o que não falta. Quero muito ler algo dela, pois ela é uma "referência" no gênero YA, que é um gênero que curto bastante. Apesar das críticas mega positivas, o que me chama a atenção para as histórias da autora é que, ela sempre aborda algum assunto importante, mas de uma maneira mais leve, mais sutil. Achei essa capa muito fofa e espero poder fazer essa leitura o mais breve possível.

    Beijos,
    entreoculoselivros.blogspot.com

    ResponderExcluir
  9. Oiii!!

    Eu não conhecia esse livro ainda mas achei o enredo não convincente para mim.
    Mas mesmo com todas as suas pontuações, gostei de ver que a escrita da autora é tão envolvente que você conseguiu gostar de tudo hahaha. Isso é super importante .

    Beijinhos

    ResponderExcluir
  10. Olá, tudo bem.

    Ainda não li nada da Sarah Dessen, mas lembro de "Os bons segredos" e como ele dividiu opiniões, uns amando e outros odiando. Lembro que fiquei com vontade de ler, mas deixei passar. Talvez ainda leia se consegui troca no skoob ou uma promoção legal. Já este, não me atraiu, não sei, a protagonista não me ganhou com este jeito dela meio "fria" "durona". Mas posso estar errada e de repente se eu ler, ama-la. Haha só fiquei com impressão ruim dela de inicio. Outro ponto positivo que sempre vejo leitores frisar nos livros da autora é a escrita envolvente e isso é muito bom.

    beijos

    ResponderExcluir
  11. Oi,
    Ainda não li nada da autora, mas tenho muita vontade justamente pelas excelentes opiniões que ouço de seus trabalhos. Apesar de Remy ser uma protagonista denominada fria, fiquei bem curiosa para saber como é a dinâmica dela com os diversos momentos descritos na resenha. Espero ler em breve.
    Bjim!
    Tammy

    ResponderExcluir
  12. Oi Talita...
    Não conhecia a autora e nem o livro. Parece ser um romance bem diferente, mas confesso que fiquei bem curiosa com a história, parece ser diferente e ao mesmo tempo bem linda.

    beijos
    Mayara
    Livros & Tal

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

:: Resenha 131 :: Insônia, Stephen King

Sinopse: Insônia narra o verdadeiro inferno que se transformou a vida de Ralph Roberts, um pacato aposentado que não consegue mais dormir em paz desde que a mulher morreu. O sono não chega e, o pior: a escuridão o arremessa à hiper-realidade. Acontecimentos horríveis envolvendo o povo de Derry, no Maine, onde sempre viveu, surgem como flashes em sua mente. Do dia para a noite, Ralph se vê desesperadamente envolvido em um mundo de terror. E tudo o que ele gostaria era de dormir em paz. Conforme o quadro piora, ele começa a ver coisas invisíveis aos olhos dos outros —auras coloridas e seres que, por sua aparência, chama de “doutorzinhos carecas”. Através dessas visões, percebe outros planos de realidade e sua influência sobre o mundo “real”. Mas Ralph não está sozinho nesse jogo de alucinações inexplicáveis. O químico Ed Deepneau também anda percebendo que coisas estranhas acontecem ao seu redor. Subitamente, os velhos amigos tornam-se inimigos numa guerra entre mundos invisíveis

:: Resenha 153 :: “After 3 – Depois do Desencontro”, Anna Todd

O k, vai ter spoiler sim e se reclamar vai ter mais! Brincadeeeeeeiraa!!! =P É que assim, vamos combinar? Resenha do terceiro livro onde acontece coisa pra diabo, não tem como, vai rolar uns spoilerszinhos de leve, então fique avisado, certo? Se quiser seguir, siga, se não quiser, comenta assim mesmo hahahaha. Bom, parece que todo livro dessa mulher termina com uma bomba. O segundo terminou com a Tessa guardando um segredinho básico do Hardin, lembra que eu até comentei na resenha ? Então, além disso, terminou com ela dando de cara com o pai e é assim que este terceiro livro começa. Confesso que antes de começar, ao ler a contracapa que diz... Sinopse: Tessa passa pelo momento mais difícil de sua vida. Enquanto luta para crescer na carreira com a qual sempre sonhou, seu mundo é virado de ponta-cabeça: a inesperada aparição de seu pai e uma traição imperdoável a deixam mais fragilizada do que nunca. Hardin — com seus beijos viciantes, seu toque incendiário e seu ch

:: Resenha 177 :: "A Casa Negra", Stephen King e Peter Straub

Sinopse: Hoje, Jack é um detetive de Los Angeles aposentado e mora no vilarejo de Tamarak, no estado norte-americano de Wisconsin. Um estranho acontecimento forçou-o a deixar a polícia há algum tempo, e ele vive tranqüilo, protegido das recordações perigosas. Mas sua tranqüilidade está prestes a acabar. Uma série de assassinatos macabros no oeste de Wisconsin faz com que o chefe de polícia local, amigo de Jack, lhe implore para ajudar a polícia inexperiente a encontrar o assassino. Em algum ponto do universo parece estar escrito que Jack terá de voltar aos Territórios. Atormentado por mensagens enigmáticas que lhe aparecem como que em sonhos, Jack decide enfrentar o desafio e acertar as contas com seu próprio passado.… E ntão, lembram-se da resenha de O Talismã ?? Lembram que falei sobre uma continuação?! Então, cá estamos nós com A Casa Negra , a supracitada continuação, onde podemos ver um Jack Sawyer adulto, policial aposentando no auge de seus 32 anos e totalmen