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.:: Crônicas de sinapses adoravelmente sórdidas ::.

... Realmente não está detalhado como de costume, mas a ideia é basicamente essa, garanto.
Certas coisas virão com o tempo, serão abertas com o passar dos capítulos, então, por favor, gostaria de solicitar encarecidamente que não seja agredida via Wi-Fi, que não tenha todas as minhas gerações familiares xingadas. PROMETO que nada ficará em aberto e tudo será contado conforme o período mandar e, claro, conforme a minha maldade se aflorar... convenhamos que não sou nenhuma santa e quero deixar todo mundo louco!
Hahahaha... ok. Chega. É como se realmente estivesse pedindo para ser agredida, então, né... melhor parar.
Eu estive pensando sobre esse capítulo, e os outros que seguirão, e pensei em mantê-lo relativamente pequeno [isso, para mim, é pequeno, certo? Deem um desconto], de modo que possa dar um gás para a leitura. Confesso que tendo a ser bastante expansiva nas coisas que escrevo e isso aumenta demais o texto, o que, para uns, pode se tornar cansativo, de forma que pretendo encurtar... apesar de que encurtar significa fazer mais mistério... vocês escolhem, o problema não é meu! u.u
Na verdade, esse texto de hoje não é uma grande sacada específica, mas, sim, uma abertura para vários fatos e personagens essenciais na história. Ainda que o foco seja sobre a personagem principal, isso não quer dizer que os outros, que as outras informações ao seu redor, não sejam tão essenciais quanto ela. Sinceramente, não existe personagem principal sem uma grande história de base e personagens secundários tão principais quanto aquele que centraliza o enredo. Posso dizer que, muitas vezes, a personagem principal é apenas mais uma entre todos, já que cada um é essencial àquela composição. É isso que eu acho.
Minha atenção será dada com muito gosto a todos eles e, verdade seja dita, não há nada mais sem graça do que um personagem secundário que não faz vista. Aqui posso apresentar vários, mas que mostram todo o seu valor no pódio dos principais.
Boa leitura!






Capítulo Segundo
. + Finnux + .



A fênix.
A fênix não é apenas uma criatura mitológica, mas, sim, um símbolo de renascimento para o ser humano. A fênix é um incentivo, uma lembrança, um desejo; uma meta.
“Aquele que surge das cinzas”, independente do sentido pelo qual é empregada a expressão, faz com que nos tornemos mais fortes, poderosos e orgulhosos. Ressurgir das cinzas é uma metáfora distante, porém tão presente no dia a dia daqueles que anseiam pela vingança de suas vidas, por um vingar de sua alma.
A fênix é aquela que entra em combustão, que padece por si só em meio às suas próprias chamas, para tão logo de suas cinzas ressurgir. A fênix ressurge jovem, firme, porém madura e experiente.
Cada renascer é um multiplicar de forças: garras afiadas e pujança em seu corpo. Pesos descomunais em suas mãos nada são, pois tudo o que viveu é absorvido como poder. Poder bruto e poder abstrato em suas lágrimas. As lágrimas... lágrimas que curam, lágrimas que enchem o mundo de beleza. O curar é relativo e de cada um de nós vem de maneira diferente.
A fênix é o símbolo da imortalidade, da força e do renascimento.
A fênix é tudo e a nada fora reduzida.
A fênix fora mal denominada pela escuridão e seu nome usado de maneira errônea. A humanidade depreciara o seu nome e a jogara no fogo da morte.

. + .


. 1970 .

Ekaterina tinha a personalidade tão discrepante quanto o seu nome.
Nascida em Praga, seu prenome russo viera por ordem de seu pai. De frios olhos dominadores, não havia contestação qualquer. Era evidente que certas determinações advinham das correntes que posteriormente lhe seriam impostas; o nome era apenas uma delas; era uma marca na alma de que jamais poderia se livrar da realidade que a permeava. Independente de quem com ela estivesse, os grilhões permaneceriam aos seus pulsos e tornozelos.
Havia algo mais, contudo. Ela não era dele, apenas; se somente dele fosse, não viveria sob aquela forma e jamais teria de ser dominada. A menina advinha de uma criatura outra, que, igualmente, o obrigara a marcá-la naquilo que seria mais evidente, naquilo que àquelas precisas criaturas a identificariam: o sobrenome.
Ekaterina di Iskandhrea.
A cidade de Alexandria ganhara seu nome em homenagem a Alexandre, o Grande, como símbolo de devoção ao imperador e sua aquisição pela libertação do Egito. A cidade enchera-se com o seu nome, as suas conquistas e a devoção à fênix tomou os corações daqueles que ali habitavam. O ressurgimento de uma nação unida por um grande conquistador ganhou força e permitiu que seus aliados carregassem a coroa da ave vermelha.
Aquele foi o erro; aquela foi a denominação errônea. Se Alexandre tivesse dado ouvidos a Heféstion, se tivesse dado ouvidos a Roxanna, muito poderia ter sido evitado e sua morte jamais teria sido tão calamitosa. O imperador, todavia, sentia-se atraído pelos poderosos, pelos que lhe proporcionavam algum tipo de prazer superior; poucos eram eles, entretanto suficientes para satisfazer a sua fome.
Eram todos dele; de Alexandre, de Aliksandr, de Alexandria, de Iskandariyya. Não importava a capacidade do idioma, não importava o limitante em compreender e pronunciar perfeitamente o nome daquele tão sublime ser humano; importava a origem em seu reinado daquelas criaturas diferenciadas, influentes, intensas, que tomariam afrente de seu exército... e eventualmente contra ele se voltariam.
Era fato; era irrevogável a sua maldade. Havia beleza, havia carisma, havia força, mas aquela raça era fiel a ela e a ela, somente.
No fogo eles sucumbiam e das cinzas ressurgiam com mais poder e maior capacidade de dominar. Eram uma bênção e uma maldição; eram as fênix em forma humana; eram a evolução negra da humanidade, que, por um curto período, sublimadas foram; e fora suficiente. Período suficiente para que tomassem conta de Aliksandr e Iskandariyya; suficiente para que se clamassem donos da cidade, do império e do mundo.
Quantidade não importava; eles não precisavam de números. A fênix pode estar só e representar tudo; e assim eram eles: representantes da ressurreição, força e imortalidade, com sua fuligem negra no coração.
Finnux di Iskandhrea.
E assim eles a miravam, correndo de um canto a outro daquele jardim, agredindo as plantas baixas com seus sapatos brancos envernizados, ao passo que os dedos pequenos e delicados acarinhavam as flores que lhe beiravam a cintura. Uma imagem doce, delicada, de uma criatura inocente se montava diante daquele par de olhos inquisidores. Chegava a ser impressionante, quase fisicamente doloroso, que aquela menina risonha, de cachos negros e aspecto brilhante, fosse se tornar intelectualmente estúpida e reprimida.
Adoravelmente ela se movimentava e destilava seus risos contagiantes, sacudindo seu vestido rodado e róseo, por vezes mirando um e outro com um sorriso de um canto a outro do rosto. Poucas coisas lhe eram gratificantes como mirar o pai à distância. Ainda que sisudo, frio, ela via um encantamento único nele, atraente e protetor, como um pai deveria ser. Sentia-se segura acima de qualquer coisa e não havia nada que pudesse temer, tanto em seu território, quanto fora dele.
Ah, a inocência da infância!
Ele a via sorrindo para si e àquele que ao seu lado se encontrava, retribuindo de maneira suave e pouco expressiva. Não tinha certeza plena se se sentia incomodado pela maneira como a filha o adorava, ou pelo simples fato de que não sentia absolutamente nada por ela. A dúvida montava uma grande nuvem de mistério naquele ambiente, mas não fazia qualquer diferença; havia certas dúvidas que não se sobrepunham a outras certezas.
“Ela está morta?” Por fim pronunciara-se aquele que se punha ao seu lado, mantendo um tom baixo e sutil, discreto, de forma que a pequena não se sentisse compelida a deles se aproximar. A curiosidade infantil era algo impressionante e qualquer movimentar mais expressivo de lábios poderia chamas a sua atenção. Os olhos escuros acompanhavam a Ekaterina dançante, rodopiando pelo jardim e vez ou outra prendendo a barra das saias em camadas em um espinho ou outro das flores; as meias jaziam desfiadas até, provavelmente, à raiz de suas coxas.
“Sim.” Respondera ele prontamente, sem qualquer desgosto ou emoção em sua voz.
“Importava-se com ela...?”
Aquela era uma pergunta ousada, mas havia de ser feita. Não era como se nunca tivesse contido um finnux em sua existência, entretanto perguntar a ele era algo grande. A curiosidade era grande e não tinha nada a ver com ameaça ou desafio; ele precisava saber, apenas, o que lhe cruzava a mente.
Não era a segunda, terceira, quarta ou quinta finnux que continha. Foram incontáveis criaturas malignas que sob sua tutela permaneceram, contudo não era como se fosse feito de pedra. Acreditava que aquela criatura era capaz de sentir de alguma forma e, através dos milênios, pudesse ter dado um passo em falso com relação a distancia de seus sentimentos.
“Não.” Tão seca e indiferente fora a sua resposta como antes. A expressão imponente permanecia sobre a filha, assim como fazia Ystvan.
“Amrak era mãe de Ekaterina.” A afirmativa não era necessária naquele contexto, porém fora como uma ratificação dos fatos. Ystvan encontrava-se prestes assumir sua segunda contenção e não se via capaz de esboçar qualquer sentimento por nenhum dos finnux. Perguntava-se se não era uma criatura completamente insensível e incapaz de ver a real essência daquelas criaturas; perguntara-se, por um instante, o quão terrível era conter intelectualmente uma criatura a ponto de estupidifica-la.
“E...?” Os ombros ergueram-se, dando de ombros, deixando evidente a sua displicência, acabando por tornar o rosto a Ystvan. “Ela não significa nada; ela não significou nada. Não há sentimentos ou gentilezas; isso é um meio para um fim e só.”
Por um momento permanecera calado, apenas observando ao outro; suas possíveis reações, uma alteração na respiração, no piscar, qualquer coisa que lhe pudesse dar certeza de que fraquejaria naquela incumbência, mas não houve. Nada surgiu e nada se fez de diferente. Estava satisfeito de colocar a menina em suas mãos; ela seria bem cuidada, supunha.
“Case com a menina quando tiver dezoito anos e faça o seu trabalho. Vamos acabar com essas perguntas infundadas.”


Comentários

  1. Olá.

    Olha confesso que não sou em nada chegada a crônicas, achoqnue de tanto estudalas são intragaveis para mim agora. Mas gostei deta.

    Parabéns.
    Beijos.

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  2. Oi..
    Sabe, não sou muito fã de crônicas e até poesias...
    As vezes me acho um pouco anormal.. kkkkk,

    abraços.

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  3. Obaaaaa, mais um capítulo !!!! :D :D :D :D

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  4. Saudações literárias! Amo crônicas e essa ficou sensacional e estarei acompanhando o blog para mais crônicas hein!

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  5. Olá!!

    Não sei se entendi bem, mas seria tipo um conto de você pretende introduzir uma história? Achei mais com carinha de conto do que crônica, mas significa que gostei bastante viu!
    Continue!

    Bjus
    Blog Fundo Falso

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  6. Não li o primeiro capítulo e talvez isso tenha feito com que eu ficasse confusa no segundo. Precisarei procurar o primeiro para me inteirar melhor.
    De qualquer forma, quero parabenizar pela coragem de expor seus textos. Muitos não fazem o mesmo por vergonha de serem criticados. Parabéns!

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  7. Oi, tudo bem?
    Não sou muito fã de crônicas, gosto mais de poemas, mas adorei essa. Parabéns

    http://mysecretworldbells.blogspot.com.br/

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  8. Oii... Estava ansiosa esperando esse segundo capítulo, quando li o primeiro confesso que fiquei um pouco confusa mas agora clareou mais um pouco. Estou adorando o jeito que a história está fluindo, a cada capítulo que leio desperta mais curiosidade para o próximo. Você ainda falou sobre fênix, nossa me conquistou ainda mais, eu curto muito desde de que assisti HP. kkkk
    Continue escrevendo, você leva jeito. Parabéns!

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  9. Show.
    Bom! Eu achei que o texto estava mais para conto, mas mesmo assim eu amei.
    Você realmente escreve mega bem, deveria seguir carreira, escrever um livro heim... ia ser muito top.
    Fiquei bem curiosa, não li ainda o primeiro capitulo, mas consegui notar o quão bem a premissa é envolvente.
    Parabéns.


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  10. Oiiie
    adooorei seu texto, uma graça, é sempre bom se depara com esses tipos de post para dar uma distraída, eu estou enferrujada e só escrevo resenhas ultimamente hehehe

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  11. Olá... tudo bem??
    Não li o primeiro capítulo, mas achei sua forma de escrever perfeita... de fácil entendimento e que me prendeu do inicio ao fim... claro que fiquei um teco confusa, porque não li do inicio, mas continue, porque está ficando bom... os diálogos estão bem desenvolvidos, mas algumas pessoas podem se incomodar com as aspas... eu não ligo, porque já me acostumei... Xero!

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