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:: Resenha 64 :: A Rainha Vermelha, Victoria Aveyard

Sinopse: O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe — e Mare contra seu próprio coração.

A Rainha Vermelha é o primeiro volume da trilogia “Red Queen”, distopia de estreia da autora norte-americana Victoria Aveyard. Aclamado pelas críticas americanas, A Rainha Vermelha rapidamente chegou ao topo das listas de mais vendidos chegando a primeiro lugar na lista do New York Times. Já foi traduzido para 18 países e a Universal já adquiriu os direitos de adaptação do livro para o cinema, o roteiro está a cargo de Gennifer Hutchison (Breaking Bad).

O livro conta a história de Mare Barrow, uma vermelha que mora no vilarejo de Palafitas e do seu mundo que é dividido pela cor do sangue: vermelho ou prateado. O ano é 320 da Nova Era e o mundo é governado pelos Prateados, uma elite que possui diferenciados poderes e essa diferença entre os sangues é gritante. Os vermelhos têm uma realidade dura, guiada pela miséria e total servidão aos prateados.

Obrigados a lutarem em uma guerra que não é deles, o povo de Norta não conhece a paz, com uma monarquia prateada que dita as leis a seu bel-prazer, mandando e desmandando, eles não têm muitas escolhas. E Mare está cansada de ver seu povo trabalhar para sustentar essa elite, sabendo que os prateados são os únicos beneficiários do conforto da capital, aproveitando-se dos recursos gerados pelo trabalho vermelho e raramente dando as caras na linha de combate. Uma guerra que os prateados empreendem contra os reinos vizinhos há muitos anos.

Prestes a completar a maioridade e sem emprego, Mare vê seu "destino" chegar mais rápido. Ser enviada ao front não é tão fácil de aceitar, ainda mais sabendo que a chance de sair dali é mínima. Ao completar 18 anos, os jovens que não tiverem um emprego são mandados para a guerra, seja menino ou menina, e Mare é a quarta de cinco irmãos. Seus três irmãos mais velhos já foram enviados à guerra e a mais nova, Gisa, é única a que tem um emprego como aprendiz de costureira no castelo. Ao contrário de sua irmã, Mare nunca foi muito boa na escola e não se encaixava em nenhuma função de aprendiz que a livrasse da vida militar. Não teve muita sorte no quesito de ter uma utilidade naquela sociedade e o fato de seus irmãos não estarem mais em casa para ajudar de alguma forma, pois só orçamento da Gisa não dá para nada, ela se sente na obrigação de roubar para alimentar a sua família, mesmo sabendo que é arriscado, pois as leis dos prateados contra ladrões também são rigorosas chegando a alguns casos à morte,

O livro tem a capacidade de te prender do começo ao fim. Quando você conhece o mundo de Mare, você consegue ver o quanto a personagem é forte, decidida e totalmente leal, ainda mais quando luta para salvar seu amigo de infância, Kilorn, que acaba perdendo seu cargo como aprendiz e será selecionado em alguns dias para a linha de frente da guerra.


Com a notícia e a angústia crescendo pelo amigo, Mare se vê responsável em salvá-lo e não aceita perdê-lo para a guerra. Então decidida, ela abandona tudo se arriscando de uma maneira bem intensa por ele. Entretanto, o preço é alto demais e você quase tem um treco ao descobrir o preço alto que Mare tem que pagar. A partir daí ai o livro é cheio de surpresas, conspirações, traições e grandes emoções.

Uma das grandes emoções é quando a vida de Mare muda completamente, após conhecer um jovem misterioso em um encontro casual. Mare logo se vê com um emprego, como criada, no palácio de verão do rei. E logo no primeiro dia ela tem que trabalhar na Prova Real, evento em que jovens prateadas representantes das Grandes Casas nobres demonstram seus poderes para serem escolhidas como a próxima princesa.

Você até pode achar que essa parte que contei, lembra um pouco o livro A Seleção da Kiera Cass, mas a diferença você logo vê na hora, a trama é totalmente diferente. No meio do evento, porém, Mare sofre um acidente e o que a salva é um poder que jamais imaginou possuir, afinal seu sangue é vermelho.

Para ocultar essa impossibilidade, o rei a obriga a assumir o papel de uma nobre prateada de uma Casa extinta. Se antes ela era presa à sua condição miserável, agora Mare está atada às intrigas da realeza e vai conhecer os dois príncipes, cujas personalidades não poderiam ser mais diferentes. Um é o herdeiro perfeito, decidido e comprometido com suas obrigações; o outro sempre fica nas sombras, tímido e reservado. Mas, como todos ali, os dois jovens escondem seus próprios segredos. Em paralelo a essa reviravolta na vida de Mare, uma revolução está se formando. A Guarda Escarlate, um grupo rebelde liderado por Farley que buscam por liberdade e igualdade. Os vermelhos vão lutar por si mesmos, em busca de uma vida melhor.


“Viraram-me do avesso, trocaram Mare por Mareena, a ladra pela coroa, trapos pela seda, vermelho por prateado. Esta manhã eu era uma criada; à noite, sou princesa.” – p. 115

"Nos contos de fadas, a garota pobre sorri ao se tornar princesa. No momento, não sei se voltarei a sorrir algum dia." (p.125)

A Rainha vermelha é uma distopia de ritmo elétrico, capaz de tirar seu  fôlego com as reviravoltas, as traições e os perigos. A narrativa da autora é perfeita, fluída e seus personagens chegam a ser quase reais. Mare é guerreira, mas está longe de ser perfeita. Disposta a tudo por aqueles que ama, muitas vezes ela mente e trai. Mesmo sabendo que há consequências de suas ações, Mare está disposta a sofrer pelo bem de todos. E essa capacidade do livro em surpreender o leitor, fazendo-o achar que é uma coisa e logo depois, esfregar na sua cara que você esteve enganado e que não pode confiar em nada e ninguém, é sensacional!

Fiquei bastante empolgada com a intensidade da trama e devorei o livro. É difícil não se emocionar com o mundo da Mare, a narração é em primeira pessoa, o que torna tudo mais real quando bem escrita e a autora Victoria Aveyard acerta em cheio, me surpreendendo com o seu talento em criar personagens incríveis.

Até o triangulo amoroso é no ponto, mesmo o romance não sendo o foco desse primeiro livro, não tem como você não se apaixonar em certos momentos.

A Rainha Vermelha é sem dúvida, uma distopia incrível com uma história que faz o leitor refletir muito sobre desigualdade, preconceito e opressão.

"Os agentes de segurança são prateados, e os prateados não têm nada a temer de nós, vermelhos. Todo mundo sabe disso. Não somos iguais, embora talvez não dê para perceber só de olhar. A única coisa que nos diferencia - ao menos por fora - é que os prateados andam eretos. Já nossas costas são curvadas pelo trabalho, pela esperança frustrada e pela inevitável desilusão com o nosso fardo de vida". (p. 9)



Então é isso, A Rainha Vermelha é surpreendente, intrigante, incrível e envolvente. Já entrou para os meus favoritos e recomendo com certeza. Estou ansiosíssima para a continuação dessa trilogia e amei a capa metalizada e os detalhes da diagramação do livro, a editora Seguinte está de parabéns.

Título: A Rainha Vermelha
Título Original: Red Queen
Gênero: Distopia/YA
ISBN-13: 9788565765695
ISBN-10: 8565765695
Ano: 2015
Páginas: 419
Editora: Seguinte
Compre aqui:
Skoob | Goodreads
Classificação: 

Comentários

  1. Eu queroooo, fora essa capa linda eu agora me achei na distopia! XD

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  2. Curti a resenha, parece ser um livro bem interessante !!! Vou colocar na minha lista :D

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  3. Essa capa é linda, e o marcador vir junto é ótimo. Assim temos certeza que vamos ter o marcador do livro que compramos.
    Estou animada por mais uma distopia, adorei a premissa.
    Só não vou ler agora porque odeio ficar esperando o lançamento da continuação.

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  4. Eu nunca fui muito fã desse gênero, mas depois de ler algumas trilogias acabei mudando de opinião. Realmente lendo a primeira parte da resenha, não tem como não pensar na serie A Seleção (que amooooo). A capa desse livro é super linda, e a historia parece ser daquelas que te prende do inicio ao fim, rs. Com certeza esse livro vai pra lista de leitura.
    Parabéns Graziela pela resenha.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Puxa vida!
    Estava curioso pra ler esse livro, faz tempo que não leio um bom e velho livro, e agora indicado por você não resta mais dúvidas.
    Encomendando já!!!
    Muito obrigado pela indicação, tudo de bom, sempre...abs.

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  7. Achei bom em saber que o foco não é o romance, mas que mesmo assim ainda tem uma triangulo amoroso, acho que esse livro será muito bom e tambem já esta entre os meus desejados, acho essa capa linda, mas a do segundo livro é ainda mais. Muito obrigado pela dica.

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  8. Lendo de inicio parece com A SELEÇÃO, mas como vc disse,da pra ver que Mare e forte.Me diz que ela não é rainha do mimimi?parece ser interessante.

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