Esse não terá risos, acho eu.
É algo diferente; faz parte de todo um fundo histórico e fictício. Não possui exatamente nome, mas talvez seja essa a graça.
Há fatos reais e outros, puramente criativos. Favor não crucificar o Papa de séculos atrás!
Esse é pequeno! Juro...
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+ . Capitol I . +
.. + 1391 D.C. + ..
Aquele era o seu momento, mas não seria o único pontífice. Piero Tomacelli fora clamado Papa em novembro de 1389, em Roma, para tão logo iniciar sua guerra com o Antipapa Clemente VII.
A disputa entre Avinhão e Roma encontrava-se cada vez mais acirrada pelo controle de Napoli. Com a alcunha de Bonifácio IX, Piero Tomacelli impusera sua autoridade, coroando Ladislau de Napoli como rei; ao mesmo passo, Clemente VII dera o mesmo privilégio ao Duque de Anjou. Com dois reis e dois papas, as disputas tornaram-se inevitáveis.
A instabilidade em Roma era evidente. Na tentativa de manter o controle de sua população, a comuna independente, a qual causava estragos físicos e políticos, fora extinguida e realizada fortificação do Castelo de Sant’Angelo e suas pontes. A fortaleza militar pretendia precaver novas insurreições, todavia a vicissitude na cidade já estava instalada.
Bonifácio IX fora obrigado a abandonar Roma, sem previsão de retorno. Independente da necessidade de manter o controle de seu pontificado, haveria de fazê-lo de longe. Verdadeiramente longe.
As proximidades eram claramente uma ameaça e um quadro de proteção fora necessário para o Papa. Por uma teia segura de cavaleiros e mensageiros, o mesmo fora deslocado em direção leste.
O continente europeu encontrava-se em alvoroço devido às cruzadas e, apesar de seu veemente apoio e necessidade de instiga-las, passara despercebido por entre as regiões. Os países sequer souberam da existência do Papa de Roma sobre seu solo; as marcas das rodas da carruagem sequer permaneceram devido ao clima grosseiro que se fazia no final daquele ano. A neve apagava e tudo cobria.
Tornava-se cada vez mais dramático cruzar as regiões e verdadeiramente encontrar um lugar no qual pudesse se instalar. Todos estavam erguidos pelas batalhas e a sua presença somente provocaria maior instigação.
A distância parecia eterna; a viagem parecia eterna. Os cavaleiros tomaram o caminho mais breve na busca por um ambiente propício à estadia papal. Talvez fosse verdadeiramente distante, mas alguns meses poderia fazer diferença em um ambiente tão afastado de sua cidade de origem. As ordens continuariam sendo levadas a Roma e a sua segurança estaria garantida.
A cidadela medieval de Sighişoara fora classificada por eles como o ponto de apoio inicial para que o pontificado pudesse permanecer firme, sem arriscar o pescoço de Bonifácio IX. Fundada por saxões colonialistas, o pequeno lugar na Romania, na região da Transilvania, possuía a pequena basílica romana “Biserica din Deal”.
“A Igreja da Colina” situava-se ao norte da “Turnul cu Ceas”, o principal ponto de partida para todos os outros da cidade, deixando evidente a sua origem gótica e a atração que causava como representante da Igreja Católica.
A torre central provia um campo visual fantástico, de todos os ângulos, devido às janelas situadas nos quatro pontos cardeais. Ainda que de dimensões limitadas, oferecer conforto ao Papa não seria nenhuma dificuldade, apesar da necessidade de manter a discrição. Apenas o cardeal e as freiras que compunham aquele lugar foram permitidos o conhecimento de quem habitaria a sua torre.
A guarda fora montada, assim como a sua mesa à janela: papéis, pena e candelabro com três velas. Daquela maneira não poderia ser mais simples dar ordens. A verdade era que, de certo modo, até achava graça. A distância das linhas de guerra lhe conferia um mínimo de paz; ele precisava de paz.
Independente de como fosse, era um homem jovem e o papado, a existência daquele poder, dava-lhe a sensação de ter o mundo em sua mão. A existência dos Antipapas não era um impedimento a sua capacidade. Mesmo se encontrando a maior parte do tempo em sua torre, ainda tinha o prazer de ouvir as notícias sobre Roma da boca da noviça.
A noviça: a única criatura que tinha permissão de adentrar àquele lugar. Alguém havia de ser nomeado; alguém com conhecimento de cada canto daquela construção, alguém que passasse absolutamente despercebido: uma criatura pequena, devota e de aparente inocência.
As refeições estavam em suas mãos e as informações em sua boca. A boca que tanto ele observava cada vez que se abria para proferir alguma palavra em latim.
Por vezes suas mãos também traziam informações por escrito, mas com menos frequência; quanto menor fossem as evidências, com maior facilidade o segredo seria mantido.
E tudo, na verdade, era um grande segredo, assim como o corpo que se encontrava sob aquele hábito...
Ele era um homem e que homem não olharia para uma mulher como aquela? Era puro e simples instinto animal; isso independia da sua posição, de quem era. A questão fisiológica era muito maior, inclusive a sua essência maculada. Não havia senso de perfeição, menos ainda controle sobre os seus instintos. Não havia candura, não havia amor. Jamais fitara qualquer fêmea com ternura.
O poder lhe bastava e nessa questão, apenas, ela se incluía.
A verdade era que passara tempo demais imerso em seus compromissos, inscrições e ordens para que pudesse dar atenção àquele rosto feminino ou a qualquer imaginação relacionada às curvas que se escondiam sob as vestimentas largas e negras. Custara algumas semanas para que pudesse se tornar a ela e se queixar por ter colocado, pela terceira vez, a bandeja de prata com o seu jantar no canto oposto que desejava da mesa.
A orientação inicial havia sido dada, de forma que aquele erro era absolutamente desnecessário. Fato era que jamais teria levantado a cabeça para mirá-la, caso sua refeição tivesse sido deixada no lugar que havia solicitado. Um simples capricho, que lhe proporcionara uma irritação para com outra criatura e, ao mesmo tempo, uma bela visão.
Não era linda... mas adorável. Era como se desse para o gasto; aos seus olhos, as italianas tinham uma beleza muito mais exuberante. Servia para uma satisfação ou, apenas, para o prazer de mirá-la e se limitar a uma fagulha de imaginação.
Adentrara ao seu cômodo pela terceira vez naquele dia.
Os cabelos jaziam cobertos, porém sempre havia um fio dourado ou outro que escapava por sob o capuz. O seu nível de noviça era claro, pois não existia o zelo tão efetivo quanto a outras freiras e, sim, a ausência do limpel a lhe cobrir o pescoço.
Ah, a perfeição de uma noviça! Jovem, indecisa, inocente e tão pouco conhecedora da realidade. Era o tipo de criatura facilmente corrompível naquele ambiente, ainda que não tivesse conhecimento disso. Convicções frias ainda, leves, pouco sólidas; por vezes sequer criariam solidez, vivendo em uma situação imposta.
Mal sabia ela que Bonifácio IX já a havia marcado.
Esse tipo de historia é complicado pra mim,fico confusa,perco o interesse.Mais pelo que li a noviça vai ser marcada,pegada usada entre outras coisa.EITAAAAAA
ResponderExcluirConfesso que no começo não entendi o que se tratava a historia, mas na metade eu já me vi super atente e entrosada.
ResponderExcluirTem uma continuação? Porque agora eu preciso ler resto auauahuah...
Você me deixou muito curiosa!!
:****
A segunda parte tá bem legal, logo tá no ar. ;)
ExcluirEstou ansiosa pela segunda parte, posta logo srsr :*
ExcluirNão gosto muito desse genero de historia e por esse motivo não me interessou, mas achei legal e sei que muitos irão gostar.
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